Sua menstruação é normal?

Pouco se fala a respeito do ciclo menstrual. Há até um certo conformismo por parte das mulheres e também dos ginecologistas a respeito da menstruação. Algumas mulheres são sortudas e outras, por “má sorte”, têm de se conformar com o sofrimento de cólicas e TPM todos os mêses. Será que é mesmo assim?
Quando me perguntam se um desconforto de qualquer tipo é normal, eu digo, sem dúvidas, que NÃO! Não é normal. Não é normal sentir cólicas, não é normal ter TPM, não é normal ter fluxo intenso, e, muito menos, ter ciclos irregulares. Pode, sim, ser comum, porque o adoecimento é frequente na nossa população e já “faz parte” do nosso estilo de vida. A referência de normalidade não pode ser o comum e sim o saudável.

Nas disfunções menstruais, nem sempre o médico vai encontrar um ultrassom transvaginal alterado. Eu observo que muitas mulheres com diagnóstico recente de miomas ou endometriose já possuíam alterações menstruais desde a adolescência ou após casamento e nascimento dos filhos. Isso me leva a crer que a menstruação já era disfuncional desde muito tempo e foi se agravando até que, finalmente, um diagnóstico de doença foi encontrado.

A menstruação é um excelente parâmetro para acompanharmos a saúde feminina. Existe, sim, um padrão ideal. Quanto mais próximas estivermos dele, mais saudável estaremos.

São eles:
Regularidade: o ciclo ideal é de 28 dias. Há mulheres que tem ciclos mais curtos; outras, mais longos. Identifique o seu! É observado que mulheres que moram juntas podem menstruar nos mesmo dias. Isso é comum também em tribos indígenas.
Há muita curiosidade a respeito do ciclo que a medicina ainda não se atentou para explicar. A influência da luz no ciclo menstrual é uma delas e será tema para outro post no qual explicarei como regular o ciclo para 28 dias. É bem interessante. Mas desde já, vale a pena seguir as dicas para um bom sono. clique aqui.

Sintomas pré-menstruais: é comum mulheres se queixarem de retenção de líquidos, dores nas mamas, cefaléia, ansiedade, irritação e alterações de humor nos dias que antecedem a menstruação. Isso não é normal. O ideal é não sentir qualquer tipo de desconforto.

O fluxo menstrual: Mulheres que sofrem com fluxo intenso, coágulos, muitas cólicas não devem se conformar. O ideal é quanto mais leve, melhor.  Meninas que sofrem com isso, estou verificando a eficácia do chá de casca de coco, vamos testar?

Mas, como melhorar? Simples. Corrigindo os desequilíbrios. Observando o corpo e reconhecendo como foi o mês e como isso reflete na menstruação.

Há muito o que se fazer no físico, também. Aprendi isso com meus pacientes. Quando eu estava ainda aprendendo as terapias ortomoleculares, prescrevia um grupo de vitaminas básicas para todos os pacientes.
Eram elas: piridoxina, niacinamida, riboflavina (B6, B3 e B2), magnésio, selênio e, às vezes, zinco. O zinco dá intolerância gástrica em algumas pessoas, isso pode ser sinal de hipocloridria. (Se você tem intolerância ao zinco, siga o blog que falarei sobre isso em outro post)
Quando as pacientes voltavam, ao perguntar como elas estavam, eu me surpreendia com os resultados das tais vitaminas. Algumas relataram melhora da menstruação. Foi, então, que comecei a investigar melhor as disfunções menstruais. Durante alguns meses, perguntei, em detalhes, como era a menstruação delas, mesmo se a queixa fosse uma dor no pé. E, assim, pude estabelecer os princípios para regular o ciclo menstrual.

As condutas básicas podem ser feitas por todas nós.

As vitaminas podem ser encontradas em lojas de suplemento. As doses indicadas na embalagem podem ser utilizadas sem a necessidade de prescrição médica. É possível que a suplementação, associada às mudanças de hábitos que eu exponho aqui, já causem melhoras significativas.

Observar os padrões da menstruação, anotar as datas, fazer uma retrospectiva de como foi o mês e encontrar as relações com emoções e situações de estresse podem ajudar.

Outros recursos terapêuticos podem otimizar o resultado;
Doses mais altas de vitaminas e minerais, embora estejam disponíveis nos Estados Unidos, aqui no Brasil, somente com prescrição médica.
Progesterona transdérmica, na segunda fase do ciclo, por um ou dois meses, também pode ser utilizada, a critério médico, com bons resultados.

Os anticoncepcionais são compostos de hormônios sintéticos que suprimem os sintomas mas não contribuem para o equilíbrio do corpo. Por isso, não fazem parte dos recursos terapêuticos da medicina funcional. Se você está em uso de anticoncepcional, os parâmetros são perdidos, mas, assim mesmo, vale a pena seguir as dicas. Clique aqui para ler mais sobre os efeitos dos anticoncepcionais.

O objetivo da medicina funcional é a manutenção da saúde com o mínimo de interferências e isso também incluem as suplementações vitamínicas e hormônios bioidênticos. Contudo, precisamos fazer a nossa parte e colocar como meta a recuperação da saúde (e de uma menstruação normal) em nossas vidas.

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