O que estou prestes a compartilhar agora com vocês é fruto de longas conversas com os meus pacientes de endocrinologia.
Quando estou investigando uma queixa específica, sempre começo com a mesma pergunta: “como surgiu sua doença?”. Nesse caso, o diabetes.
Muitos pacientes faziam acompanhamento regular com exames de “check up” que sempre se apresentavam normais. Alguns eram jovens e magros, outros não comiam quase nada e, de repente, estavam diabéticos. Comecei, então, a perguntar mais: como estava a vida na época do diagnóstico? E, para minha surpresa, a doença surgia em momentos de estresse. Pode haver, então, fatores possíveis que desencadeiam o diabetes (como qualquer outra doença). Esses fatores desencadeantes chamamos pelo termo, em inglês, “triggers”.
Os principais triggers são: cirurgias, morte de pessoas queridas, traumas, problemas de relacionamento e doenças odontológicas.
Um caso que me marcou foi o relato de um paciente saudável, bombeiro, doava sangue a cada 3 meses e que, em uma dessas doações, estava diabético! Ao questioná-lo sobre sua vida, ele me disse que, no período do diagnóstico, há oito anos, sua irmã havia falecido por complicações do diabetes. É comum, também, pacientes me relatarem que a doença surgiu após cirurgia de vesícula, por exemplo.
Outro fato comum é pacientes apresentarem a chamada diabetes emocional. Nessa situação, a glicemia aumenta sob eventos de estresse. Isso é mais comum do que se imagina. A curiosidade sobre esse fenômeno me fez chegar aos estudos de Ivan Pavlov, russo que ganhou o prêmio nobel de Medicina/Fisiologia em 1904. Ele descreveu o fenômeno de condicionamento em mamíferos, demonstrando que uma informação aprendida poderia ser capaz de desencadear toda uma resposta fisiológica. No caso do diabetes, eventos de estresse podem aumentar o cortisol, um hormônio que eleva a glicose no sangue. Se essa informação ficar na memória do paciente, como Pavlov demonstrou ser possível, essa pode ser uma explicação para o mecanismo em que um trigger estabeleça uma doença.
Esse modelo proposto é a base para outra terapia funcional pouco conhecida no Brasil. A Terapia Neural pode ser uma boa opção nos casos de diabetes ou qualquer outra doença na qual é possível identificar um fator desencadeante ou triggers. Mais informações sobre esta terapia podem ser encontradas em http://www.terapianeural.com