Quanto de emocional tem a sua hipertensão?

A próxima paciente que entra no meu consultório já chega com os olhos arregalados e com expressão forte, portando o seu próprio aparelho de medir pressão. A conversa se inicia em forte tom.

– Doutora! Olhe só a minha pressão! Os remédios não adiantam de nada. Já fui ao cardiologista, tomo as suas vitaminas direitinho e nada melhora a minha pressão. Olhe, vou medir para a senhora ver…. Tá vendo? 19/10!!

Eu estava apenas observando. De fato, ela já vinha tomando diferentes classes de antihipertensivos e estava já em uso de vitaminas do complexo B, L-arginina e magnésio. Me trouxe, também, o papel com as anotações diárias da pressão ao acordar, que era em média 15/8. Tudo conforme o combinado.

Mas nada da pressão baixar e não havia mais exames que eu pudesse solicitar.
Respirei fundo e deixei a senhora falar. A forte expressão de raiva diante do relato da história de briga com o pai me fizeram enxergar tudo o que ela me contava, como um filme na minha mente. De fato, a senhora revivia a história com toda a sua energia. Não tinha como não perceber.

Quando ela terminou de contar, eu disse:

-Agora meça novamente a sua pressão.

Como eu imaginava, 21/11. Então, eu disse com muita calma.

– Tá vendo? Você não controla as suas emoções! Não percebe o quanto isso está interferindo na sua saúde?

 

Não existe conduta pior nesses casos do que prescrever um medicamento controlado para acalmar. Afinal, quem eu devo tratar? A pressão ou o paciente? Ficou muito claro o caráter emocional da hipertensão dessa senhora.

Agora, pergunto a vocês: antihipertensivos tratam emoções? O médico cardiologista trata emoção ou pressão?

É muito comum o paciente estar envolvido nas emoções que causam os seus sintomas físicos de tal forma que sequer as percebe. Isso, muitas vezes, é um processo inconsciente. Cabe ao médico, ou melhor, ao terapeuta, identificá-las e estabelecer tratamentos adequados ou, na impossibilidade, encaminhar a alguém competente.

Nesse e em muitos outros casos, uma luz para o controle da hipertensão deve envolver terapêuticas que atinjam o nível das emoções. Nem todas elas no Brasil são reconhecidas pela Medicina. Apenas a acupuntura e a homeopatia (que por muito tempo também foram marginalizadas). Muitas são as possibilidades e o trabalho dos terapeutas é de grande valia. Terapia floral, terapias com músicas, pintura, terapias de movimento. Infelizmente, esses recursos não estão disponíveis e há pouco controle de qualidade. Eu tenho especial interesse pela terapia neural, que pode ser uma excelente aliada na redução da pressão arterial e na manutenção da qualidade de vida com o mínimo de medicamento possível.

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